Thursday 17 December 2009

os meus heróis

Já sabia há muito tempo que o meu pai nunca quis passar os 88 anos de vida. Hoje por acaso fez-me grande impacto ao ouvir isso ao telefone.
Os meus pais telefonaram-me para me dar os parabéns e em vez do habitual "...que contes muitos e que estejamos cá para ver" foi "que daqui a 20 anos eu ainda cá esteja para ver".
O meu pai colecciona capicuas e, pelo seu amor ao conceito, brinca que só faz anos de 11 em 11. Daí os 88 anos.
Penso que o grande impacto que me provocou foi mesmo o facto de a meta estar traçada e não ser tão ambiciosa, não é 100, não é para sempre, é 88 - um número redondo.

Isto é apenas talvez para dizer que continuo cada vez mais orgulhoso dos meus pais (apesar de só estar a falar do episódio do meu pai aqui neste trecho), que são pessoas que sempre me ajudaram naquilo que eu considero importante para mim e que, quanto mais velho fico, mais me apercebo realmente que são os meus verdadeiros heróis.

Só isso,
só uma pequena grande constatação que é talvez o melhor presente que poderia receber hoje.

Wednesday 9 December 2009

Isto é o quê? indie...

Este fim de semana fui ao superbock em stock, que foi bastante interessante, não conhecia nenhuma banda que fui ver e vi umas porreiras.

A palavra que mais fui ouvindo no fim de semana foi indie... Pelos vistos tudo o que não é classificável torna-se ou é apelidado de indie, que vem de independente - pelo que me apercebi - e que, serve para classificar quase tudo.

Fico com a impressão que saltámos da superclassificação (pelo menos na música) em que quase que havia um estilo por banda para a generalização do... o que é? é indie...

Nem tanto ao mar nem tanto à terra diria. Então passado o festival que ouvi várias sonoridades mas tudo indie...

Ok, fica mais fácil para responder ou classificar mas... continuamos todos na mesma a seguir à resposta ou nem por isso?

Wednesday 2 December 2009

1º vôo com a ryan air ou mais uma vez na camioneta da carreira

Quando voltei de Den Haag viajei pela primeira vez na Ryan Air. Mais um vôo pensava eu...

Para o embarque há 2 filas, os passageiros da prioridade e os outros (como muitos saberão ali tudo se paga). A fila da prioridade ficou separada por uma fita da fila dos outros. Até aí tudo tranquilo, as filas normais, a espera normal, a seca normal.

Quando a assistente de bordo abre a porta para a prioridade ir para o avião, há uma natural convulsão na fila dos outros. Convulsão tal que ouço um dos separadores a cair ao chão com estrondo qual muro de berlim e as filas a misturarem-se. (Lá se foi o privilégio da compra da prioridade...)

Por esta altura comecei a pensar que era mais uma viagem na camioneta da carreira. Quando entro finalmente no avião aí sim confirmei que sim. Como não há lugares marcados, pessoas a marcar lugares, atropelos, sacos enormes debaixo dos pés, o normal.

Levanto-me para deixar entrar alguém para o lugar ao lado do meu e, qual não é o meu espanto quando entra outra pessoa para o meu (fazia parte do grupo de pessoas que viajava ao meu lado). Digo-lhe que estava no meu lugar ao que me responde muito indignada que só queria ir para a fila de trás (como se eu adivinhasse e como se eu tivesse obrigação de ficar de pé no corredor enquanto a mulher ficava à espera que as pessoas passassem no meu lugar) Lá foi a resmungar, não lhe dei mais atenção.

Assistente de bordo: foi a primeira vez que vi uma assistente de bordo chateada com a vida e a resmungar por tudo e por nada entre sorrisos amarelos dirigidos aos passageiros. Não posso comparar com a camioneta da carreira mas penso que todos nós estamos fartos de presenciar pessoas que não se importam de expor o seu mal estar com o que quer que seja (não sei se por não ter entrado na british airways ou na tap ou se por ter acordado com os pés de fora) com clientes que não têm culpa nenhuma disso. Além disso quando viajava na AVIC há muitos anos atrás de Lisboa para a Figueira da Foz havia hospedeira, era muito simpática e oferecia rebuçados...

O casal de pessoas ao meu lado começa a comentar a mistura entre filas que contei há pouco.
Imaginem quem é que tinha mandado o pinoco com a fita ao chão...
A mulher ao meu lado (que grupo de arruaceiros pensava eu... :) ) e falava com o marido que aquilo tinha caído, que não tinha tido culpa alguma etc, etc...

Depois começa a venda de rifas e comida... "... ainda temos 2 cachorros quentes..." "...habilitem-se a ganhar prémios..." - automaticamente transportado para as feiras, aonde existem aqueles camiões que há um homem ou mulher com um microfone colado ao peito a vender 32 pares de meias por 5 euros. E 32 colchas por 7 etc, etc...

Para culminar a aterragem foi como cair no chão de 5 metros de altura, violentíssima.
Pior que os vôos da air france para Brazzaville. Pareceu-me que o gajo pensou que o chão estava 5 metros abaixo. Faz lembrar as camionetas em óptimas condições de rodagem...

Ah, é verdade o grupo de "arruaceiros" que viajava ao meu lado estava na casa dos 50 e muitos, 60 e poucos. Imagino há 30 anos atrás... ;)